Filipenses 3.1-11 Conhecer a Cristo, nossa maior alegria.

Filipenses 3.1-11

1 Finalmente, meus irmãos, alegrem-se no Senhor! Escrever-lhes de novo as mesmas coisas não é cansativo para mim e é uma segurança para vocês.

2 Cuidado com os cães, cuidado com esses que praticam o mal, cuidado com a falsa circuncisão!

3 Pois nós é que somos a circuncisão, nós que adoramos pelo Espírito de Deus, que nos gloriamos em Cristo Jesus e não temos confiança alguma na carne,

4 embora eu mesmo tivesse razões para ter tal confiança. Se alguém pensa que tem razões para confiar na carne, eu ainda mais:

5 circuncidado no oitavo dia de vida, pertencente ao povo de Israel, à tribo de Benjamim, verdadeiro hebreu; quanto à lei, fariseu;

6 quanto ao zelo, perseguidor da igreja; quanto à justiça que há na lei, irrepreensível.

7 Mas o que para mim era lucro, passei a considerar perda, por causa de Cristo.

8 Mais do que isso, considero tudo como perda, comparado com a suprema grandeza do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor, por cuja causa perdi todas as coisas. Eu as considero como esterco para poder ganhar a Cristo

9 e ser encontrado nele, não tendo a minha própria justiça que procede da lei, mas a que vem mediante a fé em Cristo, a justiça que procede de Deus e se baseia na fé.

10 Quero conhecer a Cristo, ao poder da sua ressurreição e à participação em seus sofrimentos, tornando-me como ele em sua morte

11 para, de alguma forma, alcançar a ressurreição dentre os mortos.

GRANDE IDEIA: Conhecer a Cristo, nossa alegria, garante segurança para todo dia.

INTRODUÇÃO:

 

                Nestes mais de 20 anos de ministério pastoral, vi muita gente crendo em Cristo como seu salvador e recebendo-o como Senhor de suas vidas. Muitas destas pessoas abandonaram carreiras promissoras no mundo secular para aceitarem o desafio de viverem por Cristo. Um amigo, hoje missionário da missão Novas Tribos do Brasil, quando terminou o seminário feito em Minas, voltou para nossa cidade e um amigo em comum lhe disse: “Sérgio, você é um obreiro formado, é capaz, você poderia ficar aqui e ser pastor de uma grande igreja!” Obrigado pelas palavras e carinho, mas se eu ficar, eu não estaria no centro da vontade de Deus. Ele me quer entre os índios”. Sérgio foi para o Amazonas, trabalhou em várias tribos, sua esposa que é medica, também abriu mão da boa remuneração em hospitais do sudeste do Brasil para servir gratuitamente à Missão e aos índios. Homens como o Pastor Sérgio, exemplifica muitos outros que consideram Cristo como a razão de sua existência. Cristo é sua única e suficiente alegria. E esta alegria lhes dava segurança na vida para tomarem decisões e se engajarem no serviço cristão.

                No nosso texto, se há algo que se destaca logo no início é que a alegria do crente é a pessoa de Jesus Cristo, ela é centrada em Cristo. “Bruce Barton diz que essa verdadeira alegria nos capacita a vencer as ondas revoltas das circunstâncias adversas, porque essa alegria vem de um consistente relacionamento com o Senhor Jesus” (Hernandes Dias Lopes).

                Paulo tem prazer em repetir que nossa alegria é Cristo para que não haja dúvida em nenhum dos irmãos. Segundo ele, no verso primeiro, a alegria é Cristo e ele não se cansaria de fazer esta afirmação, pois ela traria segurança para os irmãos. Que segurança seria esta? Temos pelo menos 3 áreas em que Cristo nos dá segurança:

  1. 1.SEGURANÇA CONTRA HERESIAS E SEUS FALSOS MESTRES.

2 Cuidado com os cães, cuidado com esses que praticam o mal, cuidado com a falsa circuncisão!

3 Pois nós é que somos a circuncisão, nós que adoramos pelo Espírito de Deus, que nos gloriamos em Cristo Jesus e não temos confiança alguma na carne,

                Desde que a igreja surgiu neste mundo a grande ameaça que ela sempre sofreu são as heresias ensinadas por falsos mestres.

                Chama a atenção para o modo como Paulo escreve o verso 3. Três vezes ele diz. Cuidado, Cuidado, Cuidado. Parece que ele quer insistir neste assunto, pois ele é muitíssimo grave e perigoso. Uma igreja maravilhosa, bondosa, que se preocupava em ajuda-lo está agora sob ameaça de falsas doutrinas. Que ataque tão perigoso era este? Havia algumas pessoas, chamadas de judaizantes, que insistiam que a salvação só era possível a quem se tornasse um judeu. Estes pregavam que os homens deviam ser marcados no corpo para provar que eram judeus, e assim, poderiam ser salvos. Qual o perigo deste entendimento? Isto invalida a salvação pela fé na pessoa de Jesus Cristo, a principal doutrina bíblica.

                Paulo escrevendo aos Efésios 2.8-10, afirmou que somos salvos “pela graça, por meio da fé” e que isto não vem do homem, é um presente gratuito de Deus, e que nenhuma ação humana poderia nos dar a salvação. A justificação do homem perante Deus é pela fé em Cristo, jamais pela ação humana.

                Para uma igreja formada de não judeus a tendência a dar ouvidos aos judaizantes era um perigo iminente. Mas Paulo condena esses falsos mestres. Ele os chama de cães, praticantes do mal e de falsa circuncisão.

                Cães eram considerados animais imundos na sociedade oriental. Não eram domesticados, e eram semi-selvagens que andavam em matilhas e atacavam a todos rosnando e mordendo. Além disso, cães era como os judeus tratavam os gentios, pois consideram que os gentios eram apenas combustível para o inferno.

                “Paulo usa essa metáfora para se referir a esses falsos mestres como insolentes, astuciosos e vadios que procuravam se infiltrar nas congregações cristãs para espreitarem a liberdade dos novos crentes (Gl 2.3-8). Warren Wiersbe diz ainda que esses judaizantes mordiam os calcanhares de Paulo e o seguiam de um lugar para outro ladrando suas falsas doutrinas. Eram agitadores e infectavam as vítimas com idéias perigosas”. (HDL).

                Eram maus obreiros porque prejudicavam o verdadeiro Evangelho, invalidando a obra de Jesus com seus falsos ensinamentos. Trocaram a graça de Deus por um ritual físico.

                Paulo afirma que nós, os que cremos em Cristo pela fé, é que somos a verdadeira circuncisão. A circuncisão foi instituída por Deus como símbolo do seu pacto com Abraão (Gn 17.9,10) e Paulo interpretou a circuncisão como o selo da justiça da fé (Rm 4.11-13) e disse que o sacramento do batismo substituiu esse rito judaico (Cl 2.11-13). O próprio Antigo Testamento já ensinava sobre o princípio espiritual desse rito, falando da circuncisão do coração (Dt 10.16), dos ouvidos (Jr 6.10), e dos lábios (Ex 6.20). O apóstolo Paulo diz que só a circuncisão do coração torna alguém espiritualmente judeu (Rm 2.28,29). Somente aqueles que crêem é que, na verdade, são filhos espirituais de Abraão (Gl 3.29), ou seja, gente que age pela fé em Deus.

                Ainda hoje existem pessoas querendo insistir na materialização da fé. Gente que ainda quer retornar aos rituais judaicos para afirmar que dependemos disso para a nossa fé. Os neopentecostais são mestres nesta área. O maior exemplo tem sido a Igreja Universal, que já construiu uma réplica do templo de Salomão. E suas práticas lembram rituais antigos. Ultimamente, alguns líderes da Universal estão usando roupas que lembram aos sacerdotes. A ênfase das novelas da Record são uma exaltação às questões judaicas como ainda válidas para hoje.

                Como disse Paulo: CUIDADO. CUIDADO. CUIDADO. Somente quem tem alegria em Conhecer a Jesus pela Bíblia tem segurança para se livrar desses falsos mestres e seus falsos ensinos.

  1. 2.SEGURANÇA DE SER IDENTIFICADO COM O SENHOR.

3 Pois nós é que somos a circuncisão, nós que adoramos pelo Espírito de Deus, que nos gloriamos em Cristo Jesus e não temos confiança alguma na carne,

4 embora eu mesmo tivesse razões para ter tal confiança. Se alguém pensa que tem razões para confiar na carne, eu ainda mais:

5 circuncidado no oitavo dia de vida, pertencente ao povo de Israel, à tribo de Benjamim, verdadeiro hebreu; quanto à lei, fariseu;

6 quanto ao zelo, perseguidor da igreja; quanto à justiça que há na lei, irrepreensível.

7 Mas o que para mim era lucro, passei a considerar perda, por causa de Cristo.

8 Mais do que isso, considero tudo como perda, comparado com a suprema grandeza do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor, por cuja causa perdi todas as coisas. Eu as considero como esterco para poder ganhar a Cristo

9 e ser encontrado nele, não tendo a minha própria justiça que procede da lei, mas a que vem mediante a fé em Cristo, a justiça que procede de Deus e se baseia na fé.

                Nossa salvação e a confiança de que estamos salvos é nossa fé na graça salvadora de Jesus Cristo. Cremos que somos salvos por que Deus, em sua misericórdia, nos enviou Jesus, que morreu na cruz em nosso lugar, e ressuscitou nos garantindo a vida eterna. Tudo isso foi pela graça. Não há qualquer mérito humano nisso. Não há nada que poderíamos fazer pela nossa salvação. Nenhum pagamento em dinheiro. Nenhum ritual religioso. Nenhuma oferenda. Nada. Apenas fé.

                Paulo dá esta explicação no verso 3, leia novamente, por favor. “Pois nós é que somos a circuncisão, nós que adoramos pelo Espírito de Deus, que nos gloriamos em Cristo Jesus e não temos confiança alguma na carne”. Observe as palavras. Nossa identidade em Cristo. Somos a verdadeira circuncisão. Nós temos a verdadeira marca de aliança com Deus. Nossas marcas são que nós somos os verdadeiros adoradores porque fazemos isso pelo Espírito de Deus. Somos aqueles que se orgulham de ser de Jesus Cristo. Não confiamos em rituais, em marcas externas para sermos salvos. Apenas na graça de Jesus.

                Para exemplificar tudo isso, Paulo fala de si mesmo. Ele era judeu de nascimento. Ele tinha motivos para se orgulhar em si mesmo. Ele teve privilégios que poucos judeus tinham. Foi circuncidado ao 8º dia, o garante que era um judeu legítimo, seguido dos rituais. Era judeu por nascimento e da tribo de Benjamim. Esta foi a tribo mais importante que se manteve fiel, juntamente com a tribo de Judá, à dinastia de Davi. Era como se ele dissesse que era da Elite judaica.

                Além disso, Paulo se diz hebreu de hebreus. Era um puro sangue. Era fariseu. O grupo mais zeloso pela lei e tradição judaica que já existiu. E foi tão zeloso que perseguiu a igreja, enquanto entendia que ela era uma ameaça ao judaísmo tradicional.

                Mas observe o verso 7 e 8. “O que para mim era lucro, passei a considerar perda, por causa de Cristo, Mais do que isso, considero tudo como perda, comparado com a suprema grandeza do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor, por cuja causa perdi todas as coisas. Eu as considero como esterco para poder ganhar a Cristo”.

                Paulo está abrindo mão de sua nacionalidade, de seus direitos, de sua honra, de seus privilégios, tudo por causa de Cristo. Conhecer a Jesus era a única coisa importante para sua vida.

                A palavra perda utilizado por Paulo neste texto somente é utilizada em Atos 27.10,21. Quando um navio naufraga e perde uma grande carga de trigo. Paulo fala de perder algo realmente valioso. De abrir mão daquilo que o tornaria riquíssimo para ficar apenas com Jesus.

                O que Paulo deixou foi algo muito valioso, que ele considerou esterco. Cristo era mais importante e valioso. E este Cristo está à nossa disposição. Este tesouro espiritual está acessível a mim e a todo aquele que nele crê.

                Nossa alegria é Cristo. Ele a nossa segurança espiritual. É nele que temos garantia de sermos identificados com o Senhor e não sermos confundidos, nem enganados.

                Conhecer a Cristo, nossa alegria, garante segurança para todo dia.

  1. 3.SEGURANÇA DA NOSSA ESPERANÇA.

10 Quero conhecer a Cristo, ao poder da sua ressurreição e à participação em seus sofrimentos, tornando-me como ele em sua morte

11 para, de alguma forma, alcançar a ressurreição dentre os mortos.

                Uma verdade que se pode aprender com estes versos, é que o Evangelho não é apenas um punhado de dogmas e verdades. O evangelho é uma pessoa. Assim, ser cristão é mais do que conhecer textos ou decorar doutrinas, ser cristão é manter um relacionamento pessoal com Jesus. Não é somente conhecimento intelectual. É experiência pessoal. É vivência.

                Em Efésios 1, Paulo afirmou que o poder que ressuscitou à Jesus Cristo está à nossa disposição. Ele está afirmando no verso 10, que quer conhecer a Cristo e a este poder da sua ressurreição. Não tratamos apenas de verdades antigas, mas sim de um poder vivo, dinâmico, atual. William Barclay diz que a ressurreição de Cristo é garantia de que esta vida é digna de ser vivida e de que para Deus o corpo físico é sagrado; que a morte não é o fim; e que nada na vida ou na morte pode nos separar de Cristo.

                Nossa esperança se baseia na ressurreição de Jesus. Ele está vivo. Temos esperança. Para além disso, conhecer a Cristo envolve também participar de seus sofrimentos. Paulo afirma que queria se tornar como Jesus na morte dele. Como Paulo já disse em Fil.1.29, sofrer por amor a Cristo é um privilégio. Paulo estava preso. Aguardava sua sentença. Ele não era um louco que gostava de sofrer, nem alguém que considerasse o sofrimento como algo que mereça recompensa. Não. Paulo apenas compreende que, se o sofrimento é por causa da fé em Cristo, então ele é motivo de Alegria. Cristo é tudo.

                A expectativa de Paulo está na vida futura. Na ressurreição. Ele vive a vida presente com fé e esperança colocados em Cristo e na eternidade. Ele sabe que antes de ter a ressurreição terá que morrer, assim como antes da vitória vem a guerra.

               

CONCLUSÃO:

               Conhecer a Cristo é a nossa maior alegria. E conhecer a Cristo, nossa alegria, garante segurança para todo dia.

                É em Cristo que teremos segurança contra as heresias e seus falsos mestres.

                É em Cristo que teremos segurança de sermos do Senhor e de sermos identificados como um povo comprado por ele e que tem suas marcas no coração.

                É em Cristo que teremos a segurança da nossa esperança, com nossa certeza de uma ressurreição e de uma vida eterna com o Senhor.

                Que Deus nos abençoe.

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