ATOS 4.32-35 – AMAI-VOS! qUANDO A IGREJA ESTÁ CHEIA DO ESPÍRITO SANTO! SERMÃO 12

Atos 4.32-35

32 Da multidão dos que creram, uma era a mente e um o coração. Ninguém considerava unicamente sua coisa alguma que possuísse, mas compartilhavam tudo o que tinham.

33 Com grande poder os apóstolos continuavam a testemunhar da ressurreição do Senhor Jesus, e grandiosa graça estava sobre todos eles.

34 Não havia pessoas necessitadas entre eles, pois os que possuíam terras ou casas as vendiam, traziam o dinheiro da venda

35 e o colocavam aos pés dos apóstolos, que o distribuíam segundo a necessidade de cada um.

“A vida na comunidade do Reino era marcada por altruísmo e por contínuas demonstrações de poder em testemunho”. (4.32-35)

Grande Ideia: Uma igreja cheia do Espírito Santo é conduzida à comunhão, à pregação e ao cuidado mútuo.

INTRODUÇÃO:

                Há alguns anos, li sobre um rapaz que atravessava a cidade inteira para participar da Escola Bíblica Dominical numa igreja que ficava num bairro muito distante do seu. Ele levava muito tempo para chegar nessa igreja, portanto, acordava cedo. Mas no seu bairro, na verdade, bem perto de sua casa havia uma igreja que ele poderia ser membro. Então um vizinho, vendo o rapaz saindo cedo de casa para ir à igreja do outro lado da cidade, lhe perguntou: “Por que você não participa da escola bíblica dessa igreja aqui do bairro? Ela está pertinho. O que é que a outra igreja tem que esta não tem?”. E o rapaz respondeu: “Lá eu me sinto amado!”.

                Você se sente amado aqui? Esta seria uma boa pergunta para hoje! Mas, antes que você pense numa resposta, eu tenho uma pergunta que acredito ser mais importante: Você tem amado as pessoas da sua igreja?

                Creio que este seja o ponto principal. Antes de desejarmos ser amados. Precisamos fazer a parte que nos cabe. Precisamos amar aos nossos irmãos.

                Vamos para o nosso texto. A igreja em Atos continua crescendo, mas agora já não se preocupam mais em contar. Está crescendo rápido, e não poderia ser diferente. Pois somos informados no verso 31 que “Depois de orarem, tremeu o lugar em que estavam reunidos; todos ficaram cheios do Espírito Santo e anunciavam corajosamente a palavra de Deus”. Uma igreja desejosa de fazer a vontade de Deus não se preocupava mais com os afazeres da vida. Cristo era a razão da existência deles. Eles compartilhavam a fé em todo lugar, a toda gente, e a igreja crescia. Mas, o que poderia manter milhares de pessoas tão ativas numa igreja?

                A resposta está no nosso texto: O Espírito Santo na vida da igreja a conduzia à comunhão; à pregação; e ao cuidado mútuo.

Vamos pensar um pouco em 3 marcas da igreja, nesta passagem:

  1. INVESTE NA COMUNHÃO.

32 Da multidão dos que creram, uma era a mente e um o coração. Ninguém considerava unicamente sua coisa alguma que possuísse, mas compartilhavam tudo o que tinham.

                Em meus 48 anos de vida, sempre estive numa igreja batista. Embora eu tenha crido em Cristo em 1979, aprendi muito sobre os batistas ao longo dessa vivência. E uma das coisas que sempre percebi é que os problemas na igreja sempre apareciam como fruto de algum pecado cometido por uma ou mais pessoas. Havias pecados pessoais, mais escandalosos, que geravam disciplina rápida e muitas das vezes, cirúrgica. Também havia alguns pecados que sempre traziam problemas à comunhão da igreja. Estes pecados as vezes eram causadores de desânimo, de divisões ou panelinhas (alguns defendem uma pessoa ou grupo, outros defendem outros). Quando isso acontecia o dano ao Evangelho era imediato. O nome de Cristo era envergonhado e isto afastava as pessoas das igrejas.

Quando olho para a Bíblia, e vejo essa passagem, pergunto qual era a marca inicial da igreja de Jesus que a fazia crescer? Sem dúvida alguma era a comunhão gerada por crentes cheios do Espírito Santo.

Em João 13.34, quando já se aproximava da sua morte na cruz, Jesus disse as seguintes palavras: “Um novo mandamento lhes dou: Amem-se uns aos outros. Como eu os amei, vocês devem amar-se uns aos outros”. Jesus sabia que a marca principal da sua igreja era o amor mútuo. A vivência desse amor pela igreja iria propiciar o crescimento do reino de Deus. Observe que amar os membros dessa igreja não é uma opção, mas um mandamento, uma ordem dada por Jesus. Quanto mais se aproximava a hora da sua morte, mas Jesus orava pelos discípulos, desejando que se mantivessem em comunhão uns com os outros, ligados pelo amor. Então em João 17.21 ele ora dizendo: (NVT) “Minha oração é que todos eles sejam um, como nós somos um, como tu estás em mim, Pai, e eu estou em ti. Que eles estejam em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste”. Nestas palavras, Jesus esclarece que o crescimento do reino depende desta prova prática da ação de Deus na vida dos crentes.

O verso 32 afirma que toda a multidão tinha apenas uma mente e um coração. Ou seja, a comunhão se manifestava tanto na intelectualidade (mente), quanto nos sentimentos (coração). A transformação ocorrida na mente, pelo evangelho e pela submissão ao Espírito Santo, chegava ao coração e os fazia amar o outro, principalmente, os que compunham a igreja.

Quando ouço uma pessoa, na igreja, dizer que não consegue perdoar o outro, meu coração estremece. Como pode alguém estar na igreja e estar tão distante de Cristo? Sua mente não está tomada pela Palavra de Deus, nem pela instrução do Espírito Santo. Como essa pessoa pode dizer que está bem com Cristo, se não ama a sua noiva? Perdão não significa que a pessoa causadora do pecado não mereça disciplina, mas é um reconhecimento de que também pecamos e, portanto, precisamos amar, encorajar e ajudar uns aos outros, visando o crescimento do reino de Deus na terra.

Queridos, temos diante de nós um ensinamento vital para a saúde e crescimento da igreja. Precisamos amar a Cristo e à sua noiva, a igreja, as pessoas que estão sentadas neste templo ou que não puderam estar aqui, mas que são membros dessa igreja precisam ser amadas por você, sem preconceitos, sem restrições. Elas deverão ser ministradas, ajudadas por você. Isso é comunhão. Comunhão será mais do que dar as mãos numa canção, mas sim resultado de amor gerado pelo Espírito de Deus no seu coração, se você se submete a ele.

Mas o texto apresenta outra marca da igreja:

  • COMPARTILHA A FÉ, TESTEMUNHANDO DE JESUS.

33 Com grande poder os apóstolos continuavam a testemunhar da ressurreição do Senhor Jesus, e grandiosa graça estava sobre todos eles.

                O texto nos mostra que os apóstolos continuavam a testemunhar da ressurreição do Senhor Jesus e faziam isso com grande poder. Vamos olhar para Atos 4.29,30 “​agora, Senhor, olha para as suas ameaças e concede aos teus servos que anunciem com toda a intrepidez a tua palavra, 30 ​enquanto estendes a mão para fazer curas, sinais e prodígios por intermédio do nome do teu santo Servo Jesus”. O que está acontecendo aqui no verso 33 é Deus respondendo essa oração. Os apóstolos estão pregando com poder.

                A maneira como Lucas escreve o texto, nos deixa a pensar se apenas os apóstolos estavam pregando, mas creio que à luz do que vemos em todo o livro, a igreja também dava testemunho de Jesus e, tal como os apóstolos, também fazia isso debaixo do poder ou autoridade do Espírito Santo.

                 Observem que duas coisas já notamos até aqui, nesta igreja: Uma unidade, uma disposição em amar e estar juntos uns dos outros e o compartilhar da fé, cada crente sendo testemunha de Jesus, falando dele para outras pessoas. O crescimento da igreja depende destas coisas. E estas coisas dependem de oração e submissão ao Espírito Santo. Mas quando vamos orar, insistimos em pedir a Deus a solução de problemas pessoais, pouco voltados para o crescimento da igreja, na maioria das vezes.

                Se você é convertido, há que começar a pensar nas coisas espirituais, há de começar a ocupar a mente com Cristo, com o céu, em como evitar o pecado, e em como ajudar alguém a evitar o inferno e crer em Cristo para sua salvação. Sua condição de salvo por Jesus traz uma exigência – orar pela salvação dos perdidos. A Bíblia garante que quem convence as pessoas do pecado, da justiça e do juízo é o Espírito Santo. A salvação vem do Senhor. Mas precisamos clamar a Deus por mais momentos em que as pessoas estejam abertas a perceberem a ação do Espírito, a serem convencidos e a crerem em Jesus.

                Por quem você tem orado? Quantas vezes a salvação de uma pessoa ocupa suas orações? O que você hora vai dizer no que você está interessado. Pense nisso!

  • CUIDAM UNS DOS OUTROS.

34 Não havia pessoas necessitadas entre eles, pois os que possuíam terras ou casas as vendiam, traziam o dinheiro da venda 35 e o colocavam aos pés dos apóstolos, que o distribuíam segundo a necessidade de cada um.

                O verso 32 já nos falou deste assunto de forma teórica, quando foi afirmado que “Ninguém considerava unicamente sua coisa alguma que possuísse, mas compartilhavam tudo o que tinham”. Já de início fomos orientados que havia um coração tão voltado para Cristo e seu reino que as coisas deste mundo, a acumulação, a busca por questões particulares, tais coisas deixaram de ser importantes. Neles não havia egoísmo. Tudo podia ser compartilhado.

                Mas agora nos versos 34 e 35, somos informados de como este cuidado se deu na prática.  Em toda igreja há pessoas com melhores condições financeiras que outras. Há os que possuem propriedades e dinheiro e há os que não conseguem estas coisas, mas que também foram salvos por Jesus. Em Jerusalém havia muitas pessoas pobres, algumas que tinham necessidades de comida mesmo, mas que também creram em Jesus, como o messias, o cristo, e entraram na igreja. É possível que alguns tenham perdido seus empregos e trabalho em virtude da nova fé, que confrontava com a fé tradicional judaica. No entanto, movidos pelo Espírito Santo, os ricos da igreja não menosprezavam os pobres, ao contrário, eles entenderam que deviam ajudar todos os que tivessem alguma necessidade, de maneira que, na igreja, já não havia pessoas necessitadas.

                Há alguns pontos para serem destacados aqui: 1. Os que possuíam casas ou terras vendiam e doavam o dinheiro. À luz do capítulo 5.4, podemos afirmar que essa decisão era voluntária e jamais imposta. Cada doou o que quis doar. Aqui não diz que venderam todas as casas e terras, mas que venderam essas coisas e doaram o dinheiro. De qualquer forma, é algo a se considerar, pois abrir mão de um patrimônio como casa ou terreno é algo que poderia ser difícil conseguir novamente, o que demonstra o grande amor e altruísmo desses irmãos com melhores condições financeiras. 2. Eles depositavam o dinheiro aos pés dos apóstolos. Ou seja, as ofertas não eram administradas por quem doava, mas se deixava aos cuidados da liderança apostólica. 3. O dinheiro não foi distribuído sem critérios, mas era repassado aos irmãos mais carentes, conforme as necessidades de cada um.

                Essa decisão linda de investir na vida do outro era uma marca da igreja e foi tão importante que o resultado foi mais e mais pessoas sendo alcançadas por Jesus.

CONCLUSÃO:

                O Espírito Santo na vida da igreja a conduzia à comunhão; à pregação; e ao cuidado mútuo.

                Como estas coisas se aplicam a nós?

                Precisamos orar e nos envolver com a Palavra de Deus para ficarmos cheios do Espírito Santo. Paulo diz que conseguiremos isso, falando entre nós com salmos, hinos e cânticos espirituais, conhecendo a palavra de Deus e vivendo o que ela ensina, vivendo na comunhão com a igreja.

                Movidos pelo Espírito, precisamos amar uns aos outros, cuidando uns aos outros na prática. Isso se aplica à maneira de tratar, lidar, falar uns com os outros, visando que a nossa comunhão seja uma marca a tocar o coração das pessoas de nossa comunidade.

                Que Deus nos abençoe.

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