Efésios 5.18-21 A Vida cheia do Espírito Santo

A VIDA CHEIA DO ESPÍRITO SANTO

 

EFÉSIOS 5.18-21

18 E não vos embriagueis com vinho, que leva à devassidão, mas enchei-vos do Espírito,

19 falando entre vós com salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando e louvando ao Senhor no coração,

20 e sempre dando graças por tudo a Deus, o Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo,

21 sujeitando-vos uns aos outros no temor de Cristo.

 

GRANDE IDEIA: A vida cheia do Espírito é alcançada pela comunhão, adoração, gratidão e submissão.

 

INTRODUÇÃO:

 

                Hoje, no texto que lemos, ainda estamos dentro de um contexto de comunhão e relacionamentos na igreja. Paulo está nos convidando a abandonar situações de pecado, como a embriaguez, que, segundo o apóstolo gera problemas, e a nos enchermos do Espírito Santo.

                Nos tempos em que essa carta fora escrita existia uma situação na sociedade de Efésios que precisa ser pensada. Carlos Oswaldo Pinto, assim nos fala: “Esta última passagem precisa ser compreendida à luz dos mistérios dionisianos, um fator religioso forte na Ásia; durante seus festivais a embriaguez era induzida como um meio de estabelecer contato com Dionísio (o Baco grego). Buscando sabedoria, eles se tornavam “insensatos”, e isso, disse Paulo, era inaceitável para um cristão.

                A ordem de Paulo, portanto, era não se embriagar na busca de Deus, mas a ser cheios do Espírito Santo. E como podemos nos encher do Espírito?

                No texto há 4 ações para sermos cheios do Espírito Santo:

 

1.       ESTAR EM COMUNHÃO COM OS DEMAIS IRMÃOS.

19 falando entre vós com salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando e louvando ao Senhor no coração,

                Paulo inicia o versículo 19 afirmando que seremos cheio do Espírito se falarmos entre nós. Esta frase indica a existência de comunhão, relacionamento, ajuntamento da igreja.

                O Espírito Santo age com maior eficácia na vida de um crente que está vivendo na presença de outros irmãos, unindo-se a eles no culto público. O contexto citado por Paulo está nos falando do que acontece no culto. Assim, deixar de participar dos cultos é ponto inicial para o fracasso espiritual. Por outro lado, é ponto inicial e crucial para estarmos cheios do Espírito Santo de Deus, sendo guiados e controlados por ele em nossas emoções e intenções.

                Citando o Pastor Hernandes Dias Lopes, “O crente cheio do Espírito não vive resmungando, reclamando da sorte, criando intrigas, cheio de amargura, inveja e ressentimento; sua comunicação é só de enlevo espiritual para a vida do irmão”.

                Precisamos ser pessoas guiadas e controladas pelo Espírito Santo e isso será comprovado em nossa condição de bons relacionamentos uns com os outros.

               

2.       PARTICIPAR DA ADORAÇÃO PÚBLICA.

19 falando entre vós com salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando e louvando ao Senhor no coração,

 

                Quando li este texto fiquei imaginando a cena de um culto na igreja, onde todos estivessem louvando ao Senhor com alegria no coração. Por muito tempo, eu achava que estar cheio do Espírito Santo era algo que se devia buscar individualmente, mas Paulo nos corrige esta ideia, e nos informa que seremos cheios do Espírito Santo se estivermos unidos a outros irmãos em adoração.

                Deve ser destacado que o cantar e o louvar é ao Senhor, toda adoração é direcionada a ele. Juntos, unidos no culto falando, uns aos outros, alguma coisa edificante. Somos conduzidos à adoração perfeita e dedicada exclusivamente ao nosso Deus.

                Um culto vivo não pode ser carnal, nem muito menos um culto morto. Ele é feito em Espírito e em Verdade. Um culto correto, segundo as Escrituras, colocará Cristo como centro das atenções. É vivo, é alegre, mas é reverente, respeitoso.

                Estamos na presença do Pai, mas o tratamos com o devido respeito que ele merece. Nós o servimos e o adoramos com alegria, mas com decência e ordem.

                Cultuar, adorar a Deus, é a segunda ação para ficarmos cheios do Espírito Santo.

                Mas qual é a terceira?

 

3.       MANTER UM CORAÇÃO AGRADECIDO

20 e sempre dando graças por tudo a Deus, o Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo,

 

                Quem está em Cristo e está cheio do Espírito Santo tem gratidão em seu coração. Ele não é murmurador, ele não está cheio de queixas, de reclamação da vida, pelo contrário, ele é grato a Deus pelas mínimas coisas. Mas essa atitude de gratidão, esse sentimento e espírito de gratidão é fruto da sua gratidão pela salvação e pela experiência de vida com Jesus.

                O texto nos fala para dar graças a Deus por tudo. Mas tudo aqui não inclui coisas contrárias à vontade de Deus. Por exemplo, não podemos ser gratos a Deus pela incredulidade de alguém, pela imoralidade de um parente próximo, pelo adultério de um marido, por um filho que se rendeu às drogas. Claro que não. Dar graças a Deus por tudo significa tudo que Deus apoia, concorda e produz. Ou seja, nas palavras de HDL, “Nossas ações de graças devem ser por tudo que é consistente com a amorosa paternidade de Deus e com a revelação de si mesmo que nos concedeu em Jesus Cristo”

                Podemos ser gratos a Deus, pois como nos diz Rm 8.28,29, até as coisas ruins Deus pode utilizá-las para que seus bons propósitos se cumpram em nós. Neste caso, louvamos a Deus e somos gratos a ele por ele ser Deus.

                O mal é algo que Deus abomina e não podemos, em hipótese alguma, louvar ou ser grato a Deus por algo que ele abomina.

                Paulo ainda ensina uma última ação.

 

4.       AGIR EM SUBMISSÃO MÚTUA.

21 sujeitando-vos uns aos outros no temor de Cristo.

 

                Paulo encerra as ações que nos capacitarão a encher-nos do Espírito Santo, citando a submissão mútua. “sujeitando-vos uns aos outros no temor de Cristo”. A ideia por trás destas palavras indica que cada crente considera o outro em grande estima e no mesmo nível que ele. Nenhum crente, que seja guiado pelo Espírito de Deus, se torna uma pessoa arrogante, soberba, se achando melhor que os outros. Pelo contrário, crentes cheios do Espírito Santo se tornarão mais parecidos com Jesus. Terão o mesmo caráter que tem o Senhor Jesus. Produzirão o fruto do Espírito, citado por Paulo em Gálatas 5.22,23 dizendo: “22 ​Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, 23 ​mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei”.

                Em Cristo devemos ser submissos uns aos outros. “o entusiasmo que o Espírito Santo inspira não deve ser expresso individualmente, mas em comunhão” (Francis Foulkes).

                Ser submisso é condição para ser cheio e é prova de que estou cheio do Espírito Santo. John Stott explica que o versículo 21 é um versículo de transição entre este texto que lemos hoje e o que virá à partir do verso 22, quando Paulo fala de submissão da mulher ao seu marido, dos filhos aos seus pais, dos empregados aos seus patrões, tendo como referência a submissão da Igreja a Jesus Cristo.

                Os tempos que vivemos são difíceis. Nossa sociedade não suporta a ideia de submissão e disciplina. Embora não possamos concordar com os abusos de maridos, pais e patrões, isto não é motivo para não seguirmos as orientações da Palavra de Deus.

                O princípio em todas as nossas relações é o da submissão voluntária. A submissão que garante a boa ordem das coisas. Nunca devemos pensar que a submissão que Paulo descreve aqui seja outra palavra para inferioridade, porque quem pensa assim, não compreende as ações do Espírito de Deus. Deus nos considera iguais diante de dele, mas isso não significa que cada pessoal tenha papel diferente a desempenhar, como é explicado nos versículos 22 em diante, nos papeis de marido e esposa, pais e filhos, patrões e empregados.

                Enfim, a nossa submissão mútua como cristãos que somos deve sempre ser igual à submissão de Cristo ao Pai. Ele é o modelo que devemos seguir se desejamos ser cheios do Espírito.

 

APLICAÇÕES:

1.       A vida cheia do Espírito é alcançada pelas marcas distintivas da comunhão, adoração, gratidão e submissão.

2.       Vale lembrar que encher-se do Espírito é uma ordem, um mandamento de Deus para nós, os salvos em Cristo, e não uma opção. Não ser cheio do Espírito Santo é um pecado contra Deus. Certa feita, um diácono da Igreja Batista do Sul, dos Estados Unidos, procurou Billy Graham para falar-lhe acerca da necessidade de disciplinar um diácono por causa de embriaguez. O evangelista veterano perguntou se algum diácono daquela igreja já havia sido disciplinado por não ser cheio do Espírito Santo. Temos a tendência de ver a transgressão apenas na embriaguez, e não na falta da plenitude do Espírito.

3.       É uma ordem para toda a igreja. Todos têm que ser cheios do Espírito Santo. É algo que deve acontecer em conjunto, na comunhão da igreja.

4.       Lembre-se que ninguém será cheio do Espírito Santo por uma ação pessoal. Não somos nós quem nos enchemos. Nós ficamos cheios do Espírito à medida que nos submetemos à Ele.

5.       E por fim, devemos estar sempre cheios do Espírito. Não uma única vez, mas é algo para toda vida. É submissão diária que se manifestará pela comunhão, adoração, gratidão e submissão mutua.

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